Oito alimentos que têm fama de emagrecedores — mas não são...


De tempos em tempos, as prateleiras de lojas naturais e farmácias são inundadas por novos produtos com fama de emagrecedores. Alimentos e suplementos ganham popularidade, mas logo caem no ostracismo pela falta de comprovação científica e de resultados que comprovem sua eficácia. Alguns modismos recentes foram o óleo de coco, a quitosana e a spirulina. A bola da vez é o goji berry — e logo virá outra. 

O organismo humano precisa de proteína, carboidrato e gordura para desempenhar suas funções metabólicas básicas. Deixar de ingerir esses nutrientes essenciais e basear a dieta em um alimento supostamente milagroso é uma ameaça à saúde. Além disso, depositar muita confiança em um único produto causa um prejuízo psicológico ao paciente. Se a pessoa não emagrecer, pode perder a motivação para encarar um regime que faça efeito de verdade. 

Goji Berry

Fruto da planta "Lycium barbarum", o goji berry é utilizado na medicina tradicional chinesa no tratamento de doenças de fígado e rim. No Brasil, alçou fama como uma via de emagrecimento rápido. Trata-se, na realidade, de uma fruta calórica: duas colheres de sopa têm 100 calorias. O goji berry ainda não foi estudado profundamente. Pequenos estudos demonstraram que ele pode ser benéfico no controle do colesterol, mas nada foi provado sobre o emagrecimento.

Café Verde

O grão de café verde, caracterizado como aquele que não passou pelo processo de torrefação, ganhou fama de aliado do emagrecimento por ter uma dose um pouco maior de cafeína do que o café preto. A cafeína acelera o metabolismo, eleva a temperatura corporal e aumenta os batimentos cardíacos — é o que se chama de ação termogênica. Não há comprovação científica de que os produtos termogênicos emagreçam. Além disso, o alto consumo de cafeína prejudica a saúde. Ele pode agravar a gastrite, a insônia e os quadros de hipertensão.

Óleo de coco

Os adeptos do óleo de coco acreditam que ingeri-lo em forma líquida ou em pílulas diminui a fome, acelera o metabolismo e ajuda a perder barriga. Bobagem. Seu alto índice de gordura saturada pode aumentar a porção ruim do colesterol, o LDL, e ocasionar problemas de saúde, como a arteriosclerose, doença que causa depósito de gordura na artéria. O óleo de coco tem mais calorias do que a manteiga e o azeite e, como qualquer gordura, se consumido em excesso, causará aumento do peso e problemas de saúde.

Quitosana

A quitosana é uma fibra natural derivada da quitina, composto que forma o exoesqueleto de crustáceos, como o camarão. Ela é vendida em cápsulas com a promessa de prolongar a saciedade, pelo seu alto teor de fibras (uma cápsula tem cerca de 1 grama de fibra), e de absorver e eliminar gordura. É bobagem consumir quitosana. Comer gelatina antes de uma refeição promoveria a mesma sensação de saciedade. Além disso, o efeito do produto é sutil e imperceptível para várias pessoas.

Spirulina

Essa bactéria com aparência de alga é 60% composta de proteína. Ela é vendida em cápsulas com a promessa de elevar o efeito de saciedade, porque, ao ser ingerida, absorve água e aumenta de volume no estômago. O efeito não é intenso a ponto de ajudar a emagrecer. Além disso, essa propriedade não é exclusiva da spirulina — alimentos ricos em fibras fazem a mesma coisa.

Itokonnyaku (bifum)

Conhecido da culinária japonesa e chinesa, o bifum é um macarrão extraído da raiz de um tipo de batata chamada konjac. Composto basicamente de água e glucomanan, uma fibra alimentar, ele tem teor calórico perto de zero. Ao entrar em contato com a água no processo de digestão, o bifum dobra de tamanho e causa uma pequena sensação de saciedade. Uma pessoa que siga uma dieta à base de bifum não emagrecerá. Ela terá muita fome e ficará desnutrida, tornando-se candidata à obesidade no futuro.

Cúrcuma

Também conhecida como açafrão da terra, essa planta tem propriedades antioxidantes, por causa da presença do corante curcumina, e anti-inflamatórias, que ainda estão em estudo. Mas essas propriedades não têm nenhuma relação com o emagrecimento.

Linhaça

A semente do linho, planta da família das lineáceas, é rica em fibras. Por essa característica, a linhaça ajuda no bom funcionamento do intestino. Estudos demonstram que a linhaça tem ação antioxidante e auxilia no controle do colesterol e da glicose, não que emagrece.

Fonte: Veja