Mudanças no tratamento do diabetes....

 






O diabetes é um dos principais pesadelos de saúde pública do planeta por representar importante fator de risco para infarto e acidente vascular cerebral e ser a maior causa de cegueira em pessoas de 20 a 60 anos. 


A doença é caracterizada quando a concentração de açúcar no sangue ultrapassa os índices recomendados. Isso acontece sempre que algum problema impede a produção ou o funcionamento adequado da insulina, hormônio secretado pelo pâncreas que tem a função de abrir a porta das células para a entrada da glicose, o combustível que as faz funcionar. Sem conseguir entrar, o açúcar circula pelo corpo, causando estragos.


Convencionalmente, conhecia-se dois tipos, o 1 que seria congênito e de origem autoimune, quando as células do sistema de defesa do corpo atacam as células pancreáticas produtoras de insulina. O tipo 2 teria origem somente em questões ligadas ao estilo de vida, como obesidade e sedentarismo. 


O que se descobriu, no entanto, é que o tipo 2 é mais complexo, inclusive com casos nos quais também está presente o componente autoimune. É o que os médicos estão chamando de diabetes tipo 1,5. Por causa disso, está sendo adotada uma nova classificação agrupando os pacientes de acordo com os perfis predominantes na apresentação da doença. 


Foram criados cinco subgrupos: obesidade, resistência à insulina (o corpo produz, mas o hormônio não cumpre sua função adequadamente), disfunção de insulina (produção insuficiente), traço autoimune e carga genética que favorece o surgimento precoce de complicações típicas da doença, como prejuízos renais e oculares.


Esse entendimento altera a forma de controlar a enfermidade, que deixa de ser baseada em atributos gerais para se tornar focada no que realmente está por trás das altas taxas de açúcar na circulação sanguínea. Esta pesquisa foi publicada no início do mês na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology, integrante da The Lancet, um dos mais respeitados periódicos científicos do planeta.