Novo guia alimentar de Harvard supera o adotado pelo governo dos EUA...


Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard lançaram nesta semana o Healthy Eating Plate (em tradução literal 'Prato de alimentação saudável'), um novo guia nutricional que sugere mudanças na pirâmide alimentar recomendada. O modelo difere do My Plate (em português 'Meu prato'), guia da refeição saudáveldivulgado pelo governo dos Estados Unidos em junho deste ano - e particularmente endossado pela primeira-dama norte-americana, Michelle Obama.
Estrutura do Healthy Eating Plate é a mesma do MyPlate, mas as informações podem mudar uma refeição - Arte: Divulgação e Estadão.com.br
Arte: Divulgação e Estadão.com.br
Estrutura do Healthy Eating Plate é a mesma do MyPlate, mas as informações podem mudar uma refeição
"Nosso guia oferece aos consumidores informações que eles precisam para fazer escolhas que podem afetar profundamente sua saúde e bem-estar", diz Walter Willett, professor de Epidemiologia e Nutrição e chefe do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard. Segundo ele, o Healthy Eating Plate é baseado nas melhores evidências científicas disponíveis, ao contrário do que foi adotado pelo governo dos EUA. "Infelizmente, o MyPlate mistura ciência com influência de poderosos interesses agrícolas e isso não é a receita para uma alimentação saudável", diz.
Visualmente, os dois guias alimentares são semelhantes, porém há diferenças nas informações que podem mudar por completo uma refeição. Ao contrário do Healthy Eating Plate, o MyPlate não especifica que alguns alimentos têm maior valor em proteínas do que outros, como peixes e aves ao invés de carnes processadas. Há indicação das proporções por classe alimentar, mas o modelo não deixa claro quais opções são as mais saudáveis. Na seção de vegetais, por exemplo, não é possível distinguir batatas de outros legumes e verduras, portanto até batata frita entra como alimento que faz bem para a saúde.
O MyPlate também recomenda a ingestão de laticínios em todas as refeições, o que foi criticado pelos pesquisadores de Harvard, já que existem poucas evidências científicas de que esse consumo é realmente eficiente contra a osteoporose. Outro ponto: o guia alimentar adotado pelo governo norte-americano não menciona nada sobre o consumo de bebidas açucaradas e nem explica quais gorduras são benéficas para o bem-estar das pessoas. Já no Healthy Eating Plate, além desses e outros dados, há também a recomendação da prática de exercícios físicos, um fato importante no controle do peso.
De acordo com os nutricionistas, o guia alimentar de Harvard não é baseado na ingestão ideal de calorias, pois foi levado em conta que a necessidade diária varia de pessoa para pessoa. A meta é saber montar um prato saudável. "Nós queremos que as pessoas usem isso como um modelo para si ou para suas crianças cada vez que estiverem diante de uma refeição em casa ou em um restaurante", diz Eric Rimm, professor associado de Epidemiologia e Nutrição do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
Veja abaixo quais são as indicação do Healthy Eating Plate, guia alimentar recomendado pela Universidade de Harvard, e repense sua refeição.


Vegetais: o ideal é comer muitas verduras, legumes e folhas. A variedade também é importante, mas o consumo de batatas deve ser limitado, já que ela tem um tipo de amido com efeito semelhante ao dos grãos refinados e dos doces. Segundo o guia, comer muita batata pode causar picos de açúcar e insulina no sangue, o que favorece o desenvolvimento do diabetes tipo 2, além de doenças cardíacas e outras crônicas.

Frutas:
 é recomendado escolher um arco-íris de frutas todos os dias.

Cereais integrais: os melhores cereais são integrais, como aveia, pão integral e arroz integral. Os grãos refinados, como pão branco e arroz branco, agem de maneira similar ao açúcar no corpo, por isso ingeri-los em grande quantidade pode aumentar o risco de doença cardíaca e diabetes tipo 2.

Proteínas saudáveis:
 é recomendável escolher peixes, aves, feijão e nozes, que contêm nutrientes saudáveis. As carnes vermelhas devem ser limitadas e as processadas mais do que evitadas. A ingestão frequente, ainda que em pequenas quantidades, pode ocasionar doenças cardíacas, diabetes tipo 2, câncer de cólon e também ganho de peso.

Óleos saudáveis:
 é indicado usar o de oliva, de canola e outros óleos vegetais na hora de temperar saladas e pratos, e também na mesa. As gorduras saudáveis que existem neles reduzem o colesterol prejudicial e são boas para o coração. Por outro lado, a manteiga deve ser usada com cautela e a gordura trans evitada.

Água:
 o ideal é beber água, chá ou café (com pouco ou sem açúcar) sempre que possível. A ingestão de leite e outros laticínios deve ser limitada de uma a duas porções por dia, já o suco a um copo pequeno por dia. Bebidas açucaradas também devem ser evitadas.
Fonte: Estadão